Francisco, um homem Eucarístico

Nesta Quinta feira lembramos a Solenidade de Corpus Christi, onde comemoramos o Santíssimo Sacramento da Eucaristia. Apresentamos como modelo para vivência deste dia, São Francisco de Assis que venerou e participou com devoção e verdade dos mistérios do Corpo e Sangue de Cristo.

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16.06.2022 08:12:43 | 4 minutos de leitura

Francisco, um homem Eucarístico

Vários atributos podemos dar a Francisco, pois de fato ele deixou marcas em sua vida de alguém que buscou viver o Santo Evangelho. Mas um desses atributos nós queremos apresentar aqui neste texto, que está ligado a Eucaristia. O Santo deixa claro o amor pelo Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo em diversos dos seus escritos inclusive lembrando aos irmãos a importância desse mistério para a vida dos Frades Menores: “Os irmãos participem do sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo e recebam seu Corpo e Sangue com grande humildade e veneração, recordando o que diz o Senhor:” Quem come a minha carne e bebe o meu sangue, tem a vida eterna” ( RNB 20,7-8)

Mas como dizer desta relação de Francisco com a Eucarística em um época marcada por tantos desafios quanto ao acesso as celebrações e até mesmo de movimentos que contestavam a validade deste sacramento? É preciso ter claro que, Francisco escreve, prega e exorta aos seus irmãos aquilo que antes de tudo ele vive e experencia. Suas palavras estão arraigadas de muita mística e praticidade. O jovem de Assis, sem ter uma sistematização teológica a cerca da Eucaristia, consegue ir além e a partir de sua participação dos mistérios, nem que seja entrar em uma Igreja e reza a conhecida oração "Nós vos adoramos Santíssimo Senhor Jesus Cristo..." (Testamento 5) consegue entender e compreender a humildade, a sublimidade do "Senhor do universo, Deus e Filho de Deus, se humilha a ponto de se esconder, para nosso bem, na modesta aparência de pão" ( Carta a toda Ordem 26-28) E a partir disso também contestar pensamentos contrários de sua época.

De fato a experiência de Francisco com a Eucaristia é uma totalidade. Ele consegue venerar com devoção os mistérios do Senhor, mas ao mesmo tempo eucaristizar sua vida, acolhendo os mais chagados e necessitados como irmãos e irmãs. Sua comunhão com Senhor é plena ao ponto de não lhe faltar comunhão com seus irmãos. Tomás de Celano, um dos hagiógrafos de Francisco vai ressaltar que "ele achava que era um desprezo muito grande não assistir pelo menos a uma missa cada dia, se pudesse" e "comungava várias vezes" (Cf. 2 Cel 201) Essa comunhão era tamanha que sua fraternidade vivia uma constante Eucaristia. 

Durante a Oração Eucarística apresentamos ao Pai o nosso louvor, a nossa oferta, suplicamos os seu Espírito sobre as oferendas, recitamos as palavras da última ceia, testemunhamos a consagração, mas logo em seguida pedimos para que também nós sejamos ofertas consagradas ao Senhor. Na participação do corpo e do Sangue de Cristo somos também chamados a ser aquilo que comungamos. Santo Agostinho já nos lembrava “Tornem-se o que comem! Vocês comem o Corpo de Cristo, tornem-se Corpo de Cristo!”. Francisco entendeu o significado desta comunhão com o corpo e o sangue do Senhor e trazia com firmeza em seu coração. O Cristo havia encarnado no seio da Virgem Maria e se entregou totalmente. O gesto de sua paixão e morte, é atualizado e vivenciado novamente todos os dias na Eucarística.

As primeiras celebrações narradas ainda nos Atos dos Apóstolos falavam da centralidade que estava na Palavra e na fração do Pão. A partir desta unidade em torno de uma liturgia primitiva os irmãos partilhavam os testemunhos das missões, dos mártires e não haviam necessitados entre eles. (Cf. Atos 2, 42-47). Assim buscou viver Francisco com sua fraternidade, fazendo que o encontro exalasse, o memorial da paixão e ressurreição do Senhor, mantendo a firme esperança em sua vinda. 

Imagem: Arquivo da Província
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