PRIMEIRO DOMINGO DO ADVENTO: Reorganizar nossa vida no que é essencial

Acompanhe a reflexão de Frei Pedro Júnior sobre o Primeiro Domingo do Advento do Ano A convidando para uma preparação maior para a vinda de Jesus deixando de lado o que é efêmero.

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26.11.2022 12:36:16 | 1 minutos de leitura

PRIMEIRO DOMINGO DO ADVENTO: Reorganizar nossa vida no que é essencial

       Estamos iniciando o novo Ano Litúrgico. Precisamente o primeiro Domingo do Advento que corresponde a quatro semanas que nos prepara para a vinda do Senhor. Não se trata apenas de uma preparação para o Natal, pois até mesmo o comércio já começou sua preparação. Aqui, anunciamos a vinda de Cristo, não só a primeira, ou seja, seu nascimento, mas, também, a Sua segunda vinda. As leituras de hoje até o dia 16 de dezembro vão nos preparando para um novo tempo, de novas relações com o mundo, a natureza e com as pessoas. Dos dias 17 a 24 de dezembro as leituras nos levarão a refletir sobre o nascimento de Jesus; O nascimento de um novo fim em cuja esperança se torna guardiã e chave fundamental para alimentar nossa fé.

       Nessa preparação para a vinda de Jesus, a liturgia nos ajudará nessa espera. A cor roxa vai se sobressaí nos trazendo a leveza da vigilância, isto é, a prontidão, o serviço e a prática da paz e do bem como marca dessa espera; a moderação das flores ajudará a nos concentrarmos no essencial, naquele que vem; e o glória será deixado de cantar nessas quatro semanas, guardando para ser exaltado no dia em que Ele vem. 

       Nos textos bíblicos que a Igreja hoje nos propõe, ressalta a saudade do coração humano por Deus. Talvez a vida difícil de guerras e conflitos internos faz o nosso coração desejar a paz e alimentar o desejo do eterno. Existe um cansaço pelo efêmero e uma busca pelo insaciável. Daí, o profeta Isaias retrata um sonho: uma multidão subindo “a montanha da casa do Senhor”. Não se trata de uma montanha física, mas um lugar de encontro com Deus que se situa muito acima de uma montanha ou serra. Por mais que o homem se sinta grande e autossuficiente, ele, sozinho, não encontra o caminho. A esta possível solidão, Deus vem ao nosso encontro. E, se o coração da humanidade acolher a salvação que vem, a luz que brilha, então, encontrará a paz. Esse é o sonho de Isaias! O que falta para que esse sonho se realize? Qual a nossa contribuição para que nesse Advento o Senhor venha e que a justiça e a paz aconteçam. 

       Ora, sabemos dos nossos limites, da nossa pouca capacidade de se indignar com um mundo que valoriza o consumo em vez da partilha e da individualidade em vez da fraternidade. Mesmo que essas sejam nossas escolhas, não podemos perder a esperança. Imagine nós cristãos, sem esperança, sem certezas, sem ânimo... Este tempo do Advento quer assegurar a esperança. Como nos diz a segunda leitura de hoje: “Chegou a hora de nos levantarmos do sono... a noite vai adiantada e o dia está próximo...”. Quanto mais adiantada a noite, quanto mais escura, mais próximo está o clarear do dia; na lógica do Evangelho, quanto mais difícil a situação, mais perto está a solução. E a leitura continua “despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as armas da luz”. Nos desvencilhemos do pessimismo, do egoísmo, da falta de esperança e nos vistamos do que nos faz bem. 

       O Evangelho desse Primeiro Domingo do Advento apresenta alguns dos motivos que impedem o homem de acolher o Senhor que vem. Os homens bebiam, comiam e se davam em casamento, no tempo de Noé, sem deixar tempo para compromissos com Deus e ao próximo; quanta gente, aos domingos, tem todo o tempo do mundo para dormir a manhã inteira, mas não para celebrar a fé com a sua comunidade; quanta gente trabalha mais hora que o normal e esquece que tem uma família e uma comunidade; quanta gente se cala diante do sofrimento do outro, dizendo que não tem nada a ver com isso. E nós, o que é que na minha vida me distrai do essencial e me impede, tantas vezes, de estar atento ao Senhor que vem?

       Portanto, neste tempo de preparação para a celebração do nascimento de Jesus, somos convidados a reorganizar nossa vida no que é essencial, a redescobrir aquilo que é importante e estar atento às oportunidades que o Senhor no dia a dia me oferece, a acordar para os compromissos que assumi para com Deus e para com os irmãos, a empenhar-me na construção do “Reino” … É essa a melhor forma de preparar a vinda do Senhor.


Fonte: Frei Pedro Júnior, OFM
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