QUARTO DOMINGO DO ADVENTO: Deus é presente junto com seu povo
Acompanhe a reflexão de Frei Pedro Júnior para este quarto domingo do Advento onde partilha sobre a verdadeira identidade de Jesus que é ser Deus conosco e a partir desta presença divina lembramos aqueles que também se fizeram próximos de Jesus ajudando-o a ser também humano.
Artigos
17.12.2022 10:59:09 | 4 minutos de leitura

A liturgia de hoje nos ajuda a entender sobre a real identidade de Jesus. Isaias e Mateus chama-O de Emanuel, Deus conosco. Este é o sinal que todos esperavam vê. Que sinal seria maior do que saber que Deus é presença no meio de nós? Ser presença também foi a vocação de José. Ele foi o guardião de Maria e Jesus. Quando tudo parecia perigo e ausência, ele foi proteção e presença obedecendo também a palavra do Anjo.
Por Deus ser Emanuel (conosco) isso é garantia de que jamais estaremos só e que a presença é o maior bem que podemos oferecer a alguém. Basta perguntar a um adulto do que sente mais falta. São poucos o que dirão algo material. Muitos responderão, a presença de meus pais, professores e até religiosa em todo processo da vida. O que marca nossa vida enquanto pessoa é aquele abraço de nossos pais acompanhado da voz: “estou contigo”; O que também nos faz mais gente é aquela aula em que o professor deixa sua disciplina e olhando nos olhos diz: “você pode ir ainda mais longe; ou ainda, aquela voz religiosa que acolhe e escuta com misericórdia.
Dessa forma que vejo São José nesse processo de entender a identidade de Jesus, não tão somente descobrir que Ele é Emanuel, mas saber o quanto José foi presente na vida de Jesus. Com José, Jesus teve uma descendência conforme ja dizia na Escritura. Da descendência de Davi nascerá o Salvador. Quem dá essa descendência a Jesus é o próprio José e junto com Maria formam a Sagrada Família. No seu sim se configurou a presença tão esperada. Até Deus não estará só. Além de pai, José foi professor. Nos ensina que podemos ir longe quando se acredita nos nossos sonhos. Estes sonhos só são irreais quando preferimos nos manter dormindo, porém, quando escolhemos nos maner acordado, o sonho já é o início de uma realidade; São José também foi um homem de fé. Com discrição, humildade e silêncio fez de sua vida um ato de misericórdia: aceitou Maria quando todos iriam condená-la, protegeu Jesus quando queriam matá-lo e se deixou ensinar quando seu Filho disse: não se preocupe comigo porque estou fazendo a vontade de meu pai.
Seriamos injusto caracteriza-lo a partir de sua fuga. Sem mesmo esperar inteirar-se da situação de Maria, resolve fugir e não entrega-la as autoridades por estar gravida antes mesmo do casamento. Quantas são as vezes que fugimos de nossas dificuldades sem antes mesmo saber de toda a situação. Resolve “atirar” pra todos os lados, culpar, sem pensar que poderemos prejudicar quem amamos. A fuga de José não se caracteriza pelo medo, mas para guardar Maria de um mal maior. Deus acaba por fazer uma transformação radical na vida de José, pois no seu sim não somente dará forma a madeira, mas a vida de Maria e de Jesus.
Jesus por ser Deus é onipotente, onisciente e onipresente, contudo, se permitiu aprender de seus pais como é ser, humano. Jesus talvez tenha se inspirado em José que não se joga pedra em uma mulher por seu pecado, primeiro se conversa para entender cada história; aprendeu de José que o acolhimento de um pai a partir da presença e do abraço é que o que nos cura; e ainda entendeu que a misericórdia no momento da cruz é a salvação que precisávamos para apagarmos o velho Adão e deixar brotar em nós o novo Adão.
Portanto, não podemos entender a identidade de Jesus sem antes saber que Ele é Emanuel, Deus conosco e que teve uma família base para saber como é ser, um ser humano.
Fonte: Frei Pedro Júnior, OFM