TERCEIRO DOMINGO DO ADVENTO: Para ser maior sendo menor, só conseguiremos sendo senhores de nossas escolhas

Acompanhe a reflexão de Frei Pedro Júnior para este terceiro domingo do Advento onde impulsionados pelas palavras de Jesus sobre João, apontando a minoridade como caminho para se alcançar a vontade de Deus.

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10.12.2022 14:00:38 | 1 minutos de leitura

TERCEIRO DOMINGO DO ADVENTO: Para ser maior sendo menor, só conseguiremos sendo senhores de nossas escolhas

        No terceiro Domingo do Advento celebramos o “Domingo da Alegria”, momento este marcado pela proximidade do Senhor que vem. Como no domingo anterior temos a profecias de Isaias que ressalta a esperança em vez de do pessimismo e a figura de João Batista que aos poucos se sente preocupado por ouvir falar de um Jesus de uma forma diferente do que ele mesmo proclamava, um juiz rigoroso. Em meio a uma pergunta dos discípulos de João a Jesus, uma resposta que mais se parece o justo juiz que Tiago ressalta na segunda leitura do que o juiz implacável que marcava a voz de João Batista.

        A experiência do deserto numa visão rasa, isto é, de como se apresenta aos nossos olhos, pode parecer um lugar de pouco atrativo que não traz muita esperança. Para Isaias a experiência do deserto é vista como lugar da atuação de Deus. Mesmo a terra mais árida, ele faz brotar a vida; onde parece escasso Ele torna farto. Daí, não há outro sentimento senão o de alegria, pois o Senhor fará justiça aos seus possibilitando a vida para o que parece está morto. O resultado dessa chegada do Senhor é que os cochos não apenas andarão, mas pularão de alegria; o mudo não apenas falará, mais cantará de alegria. Em outras palavras, Jesus não se limita apenas aos milagres físicos, mas nos possibilita algo mais. Muitas vezes as pessoas buscam o Cristo nessa intenção da cura física e esquece que o melhor é a possibilidade de darmos uma resposta além da cura física. Diante disso, nada melhor do que um olhar de profeta que vê além do que está diante dos nossos olhos encontrando a esperança em meio ao caos.

        Tiago relembra a firmeza dos profetas e pede que seja recordados como modelos. Depois de uma violenta denúncia dos ricos que oprimem os pobres e que enriquecem retendo os salários dos seus trabalhadores (Tg 5,1-6), o autor da carta dirige-se aos pobres e convida-os a esperar com paciência a vinda do Senhor (como o agricultor, depois de ter feito o seu trabalho, fica pacientemente, mas cheio de esperança, à espera que a terra produza os seus frutos). Não se trata aqui de não lutar pelos seus direitos e evitar o sofrimento mais parecendo uma passividade nas coisas, mas sim, de não deixar que os sentimentos agressivos e destrutivos tomem conta de nós, até porque a libertação de Deus não pode chegar num coração dominado pelo ódio, rancor ou pelo desejo de vingança.

        João Batista tinha dito na leitura do domingo passado que Jesus já estava com o machado na mão, pronto para separar os seus. O que João ouviu falar de Jesus não era o que ele esperava. Ouviu falar de curas que Ele tinha feito e sua compaixão. O que ainda João não havia compreendido é que primeiro Jesus veio salvar e libertar, sendo as curas sinais da solidariedade de Jesus. Dessa forma, Jesus prefere tocar no essencial, isto é, fazer todos se tornarem sujeitos, senhores da própria vida. 

        Portanto, nem mesmo João conseguiu compreender a ação de Jesus, ele foge a qualquer esquema que construímos. Não adianta dizer que Jesus é assim ou não, ele foge a nossa compreensão. Contudo, o conhecimento de Jesus frente a nós e, mais particularmente a João, esse é certeiro. Na boca de Jesus, João é mais do que um profeta, aquele que prepara a chegada do Senhor que vem, o homem do deserto, das roupas simples. Mesmo diante de tamanha admiração de Jesus, Ele diz: “o menor no reino dos céus é maior do que ele”. Quanta força fazemos para sermos maiores, muitas vezes passando por cima dos mais pobres. O segredo está em ser o menor para ser maior e, isso, só conseguiremos sendo senhores de nossas escolhas.

Fonte: Frei Pedro Júnior, OFM
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