VI Encontro Nacional de Religiosos Irmãos: “a Amazônia clama e a Igreja que vai respondendo”

102 religiosos irmãos de 22 congregações, se encontraram em Belém de 22 a 25 de setembro 2022 para participar do VI Seminário Nacional de Religiosos Irmãos. O objetivo foi refletir sobre a missão do Irmão em seus variados apostolados no percurso de toda sua vida.

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27.09.2022 12:51:49 | 5 minutos de leitura

VI Encontro Nacional de Religiosos Irmãos: “a Amazônia clama e a Igreja que vai respondendo”

Um encontro que se realiza de três em três anos, pela primeira vez no Norte do país, um “apelo da Igreja missionária que vai rumo à Amazônia”, segundo o irmão Edimar Fernando Moreira. O religioso carmelita, membro da equipe de organização, afirmou que “A Amazônia clama e a Igreja que vai respondendo”. Um contexto amazônico presente no tema: “No rio da Vida o irmão é missão fecundando o Reino”, e no lema: “Os braços do rio vêm trazer a alegria”. Tudo voltado para esta dinâmica de inculturação neste contexto amazônico.

Um momento para identificar o que a Igreja e a sociedade pedem aos Irmãos hoje, buscando dialogar sobre seus desafios. Segundo o irmão Jardelino Menegat, um dos palestrantes do encontro, “o irmão precisa cultivar a alegria, esperança e fraternidade, três elementos que entendemos como pilares para o religioso, porque as pessoas esperam ver no religioso um alento, alguém que cuida, que respeita, que valoriza, e a alegria, a esperança e a esperança, elas fortalecem essas atitudes que o irmão precisa ter”.

No encontro, os irmãos se envolveram, participaram, trazendo experiências da vida deles, do dia a dia, “para poder mostrar que nós como irmãos desempenhamos um papel importante dentro da Igreja e como religiosos temos a disponibilidade de poder servir o povo de Deus de uma outra forma, outros carismas, a educação, a saúde, e tantas outras que podem ser ressaltadas que estão presentes”, segundo o religioso lassalista.

Um dos participantes foi o Irmão Irineu Letenski, religioso da Ordem de São Basílio Magno que participa do Rito bizantino ucraniano. Ele destacou que “cada um da sua comunidade, do seu carisma, que vem aqui vivenciar nesses dias os carismas e a espiritualidade comum”, considerando o evento uma “rica experiência de convivência, rezar juntos, partilhar juntos, falar sobre a vida, divertir, brincar, cantar, tudo isso faz parte da vida comunitária”.

O reitor da Faculdade San Basílio Magno destaca a importância das relações como oportunidade para “aprimorar as virtudes, desenvolver as potencialidades”. Ele afirma que “minha vida se dá desde as relações com meu entorno, seja desde as orações, celebrações comunitárias, na confraternização, convivência, é necessária essa postura”, vendo o encontro como algo transformador, enriquecedor.

Dentro do caminho sinodal que a Igreja vive, onde “a sinodalidade é caminhar junto nas diferentes formas de ser seguidor de Jesus Cristo, nas diferentes igrejas, dentro da Igreja católica nas diversas identidades que se constituem historicamente”, frei Vanildo Zugno fez um chamado a “não se colocar numa estrutura hierárquica, mas numa estrutura circular e num caminhar junto”. Para o Coordenador da Formação Continuada da Conferência dos Religiosos do Brasil, “a palavra irmão, ela diz exatamente isso, somos todos filhos do mesmo Pai, do mesmo Deus Mãe e todos nos sentimos dentro da mesma igualdade de irmãos e irmãs”.

Para o religioso capuchinho o encontro expressa esse desejo “de uma Igreja circular, de uma Igreja fraterna, corporal, uma Igreja que cada um nos seus diferentes ministérios, dons, carismas, constrói a única Igreja de Jesus Cristo. E ele tem essa dimensão sinodal porque como irmãos buscamos o diálogo não apenas entre nós e dentro da Igreja, nós buscamos o diálogo também com a sociedade, com os outros grupos que não sendo identificadamente Igreja, também buscam o caminho da justiça, da fraternidade, da igualdade em toda a sociedade”.

Uma relação que também deve ser dar “com a Casa comum, as outras criaturas, que junto com a humanidade compartilhamos este espaço de vida”, afirma frei Zugno. Segundo ele, esse será “um sinal, um símbolo que dê credibilidade de um mundo novo, um mundo diferente, de uma nova sociedade, de uma nova Igreja baseada não na dominação, na sobreposição de um grupo sobre outro, mas na fraternidade, no caminhar juntos, olhando na mesma direção o Reino de Deus”.

Nessa linha da ecologia integral, o irmão João Gutemberg Sampaio afirmou que “o irmão é chamado à fraternidade universal, mas essa fraternidade se conecta com todos os seres da Criação”. O secretário executivo da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), fez um chamado a recuperar “a espiritualidade do irmão de Assis”. Para isso ajudou a revisar a Laudato Si´ conectando-a com o Sínodo para a Amazônia, os sonhos da Querida Amazônia e as conversões do Documento Final do Sínodo. Daí o religioso marista foi “trazendo para o contexto da vida, partilhando experiências e desafios onde os irmãos a partir da Amazônia podem se inspirar, se motivar e gerar esta fraternidade que é para com todos e para com tudo”.

São elementos presentes na logomarca do encontro, desenhada pelo irmão Luiz Carlos Lima. Nela, segundo o irmão Marista se fazem presentes elementos amazónicos, diferentes águas, uma forma de broto, sinal de esperança, de vida, de fraternidade. Ele citou as três pessoas que dialogam entre si, pessoas ao redor de uma mesa, mas também semente, coração, onde o vermelho é sinal das “pessoas que se entregam na defesa da vida e na fraternidade universal entre nós e com a Criação”.

Fonte: Padre Modino – CELAM | Vatican News
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