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28.Jun - Franciscanas mártires na China
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Franciscanas mártires na China
Santa Maria Hermelina de Jesus, Maria da Paz, Maria Clara, Maria de Santa Natalia, Maria de São Justo, Maria Adolfina e Maria Amandina, Franciscanas Missionárias de Maria, Mártires de Tai-yuen-fu (+ 9 de julho de 1900). Canonização por São João Paulo II em 1º de outubro de 2000.

Em 1900, sete religiosas franciscanas Missionárias de Maria são martirizadas na China durante a revolução dos Boxers, dando à fundadora a alegria de ter agora sete verdadeiras Franciscanas Missionárias de Maria. Elas foram para a China para trabalhar com doentes, órfãos e toda espécie de excluídos e fortificar a nova comunidade cristã do Chan-Si. Para substituí-las, a fundadora enviará um novo grupo e, entre elas, uma jovem, Irmã Maria Assunta, cuja generosidade silenciosa conquistou logo em seguida o afeto dos chineses, antes de morrer de tifo em 1905, aos 26 anos. Em 1954, Ir. Maria Assunta foi beatificada por Sua Santidade o Papa Pio XII.

Palavras de Irmã Maria Hermínia, superiora da comunidade, que falou em nome de todas, quando o Bispo lhes propôs que partissem para outro lugar: “Por amor de Deus, não nos impeçais de morrer convosco. Se a nossa coragem é demasiada fraca para resistir à crueldade dos carrascos, acreditai que Deus, que nos envia a provação, nos dará também a força de sair vitoriosas. Não tememos nem a morte, nem os tormentos… Vivemos para praticar a caridade e derramar, se for necessário, o nosso sangue por amor de Jesus Cristo.”
Sete mulheres decidiram ser fiéis à mensagem de Jesus e ao povo a quem foram enviadas. Pagaram sua fidelidade com a própria vida… mas a Boa Nova continua a espalhar alegria… Outras Missionárias passaram – e passam ainda hoje – a chama da fé.

No dia 10 de março de 2000, o Santo Padre São João Paulo II, fixou para 1º de outubro de 2000 a canonização dos Mártires da China, entre eles, sete religiosas franciscanas Missionárias de Maria, que são reconhecidas pela Igreja pelo testemunho de suas vidas heróicas.

Os mártires da China

A Igreja universal ratifica a santidade destes 120 mártires, que em diversas épocas e lugares deram a vida por fidelidade a Cristo: 32 deles foram martirizados entre 1814 e 1862; 86 morreram durante a revolta dos Boxers em 1900 e dois foram mortos em 1930. Entre eles, destacam-se seis bispos europeus, 23 sacerdotes, um irmão religioso, sete religiosas, sete seminaristas e 72 leigos, dos quais dois catecúmenos. Os mártires tinham entre 7 e 79 anos. Todos eles foram beatificados, uns em 1900 e outros em 1946. Muitos deles eram chineses das províncias de Guizhou, Hebei, Shanxi e Sichuan e 33 eram missionários europeus.

A perseguição religiosa na China ocorreu em diversos períodos da sua história. A primeira perseguição deu-se na dinastia Yuan (1281-1367). Prosseguiu mais tarde na dinastia Ming (1606-1907), recrudescendo de forma especial em 1900 com a revolta dos Boxers. E continuou durante as cinco décadas de governo sem interrupção. Grande parte destes canonizados deram a vida durante a revolta dos Boxers em 1900, que foi como que uma premonição do que iria acontecer nas cinco décadas de governo comunista na China.
Os missionários foram objeto de um édito imperial de 10 de julho de 1900, que fomentou e provocou o massacre de milhares de cristãos. Outros morreram durante as perseguições religiosas das dinastias Ming (1368-1644) e Qing (1644-1911). Ficaram de fora as centenas de mártires que durante o regime comunista foram perseguidos e deram a vida por fidelidade ao Evangelho e a Cristo. Para a Igreja da China, é um acontecimento importante pela magnitude e pelo contexto em que ocorre. É-o igualmente para a Igreja universal, bastante desconhecedora do que acontece com a Igreja da China. Eis algumas considerações sobre o significado do evento.

O martírio tem assinalado a Igreja da China ao longo dos séculos, desde a chegada da mensagem cristã no século VII com a vinda do monge sírio Alopen e dos nestorianos até Xian, capital da dinastia Tang, no ano de 635. Os estudiosos da Igreja na China, que falam de cinco tentativas de evangelização do país, concordam em afirmar que cada tentativa em estabelecer a presença do Evangelho no Império do Centro acarretou perseguições e martírio. Umas vezes pelas discrepâncias de credos, porque o imperador era considerado o Filho do Céu; outras pelos contrastes de culturas ou por motivos políticos; outras vezes por divisões entre as congregações religiosas presentes no território. O fato é que estamos diante de uma Igreja martirial. Mesmo hoje em dia isso é uma realidade permanente tanto para as comunidades subterrâneas como para as que conseguem atuar mais às claras.

O controle e a perseguição variam conforme os lugares e as situações, mas os cristãos continuam a ser abertamente perseguidos e, por vezes, encarcerados e torturados. Como São João Paulo II dizia na sua mensagem aos católicos da China por ocasião da celebração do ano jubilar: «O Jubileu será uma oportunidade para lembrar os trabalhos apostólicos, os sofrimentos, as dores e o derramamento de sangue que têm feito parte da peregrinação desta Igreja ao longo dos tempos. Também no meio de vós o sangue dos mártires se converteu em semente de uma multidão de autênticos discípulos de Jesus… E parece que este tempo de prova ainda prossegue nalgumas localidades.»

Com esta canonização, a Igreja da China envia uma mensagem profética ao mundo de hoje. Tanto pela singeleza com que afirmaram a sua fé como pela valentia em recusar a apostasia que os libertaria dos tormentos, da tortura e das infindáveis humilhações, o testemunho destes 120 mártires é a palavra viva de Deus, clara e ao mesmo tempo misteriosa. É, sem dúvida alguma, um encorajamento para as gerações vindouras de cristãos. Para além deste grupo de cristãos, muitos mais haveria a canonizar, mas, por falta de provas e informação, não puderam ser reconhecidos, embora a Igreja autentique como valores de ontem e de hoje a fidelidade a Cristo acima de qualquer ideologia, sistema ou tirania.

Os santos chineses espelham uma capacidade de doação e uma confiança ilimitada em Deus num contexto hostil à mensagem cristã. Se o autêntico tesouro do discípulo de Cristo é a cruz e se não há outra forma de seguimento de Cristo senão através da cruz, podemos dizer que a Igreja universal reconhece de forma pública o testemunho destes mártires como riqueza para toda a Igreja.
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