17º Domingo do Tempo Comum, Ano C - Ser homens e mulheres de oração
A reflexão de Frei Pedro Júnior destaca que, após o chamado ao acolhimento no domingo anterior, o 17º Domingo enfatiza a oração como marca do discípulo de Cristo. A oração de Abraão mostra que Deus é sensível ao clamor humano, revelando-se não como castigador, mas como misericordioso. Jesus, a pedido dos discípulos, ensina uma oração simples e íntima, que revela confiança e ausência de medo. São Lucas mostra Jesus em constante atitude orante, reforçando a importância da intimidade com Deus. Frei Pedro convida a rezar como Cristo, com humildade e fé, confiando no Deus que nos escuta e nos acompanha.
Reflexão Dominical
27.07.2025 09:52:27 | 4 minutos de leitura

No Domingo anterior a liturgia nos convidava a deixar transparecer atitudes de um verdadeiro discípulo e discípula de Cristo: acolher e hospedar. No exemplo de Abraão, Sara, Marta e Maria, descobrimos que essas atitudes faz revelar o próprio Deus. No hospede servido, Deus é servido. Neste 17º Domingo a atitude que prevalece dos que se faz discípulo de Cristo é a oração. Na oração descobrimos o poder de Deus. A oração face a face de Abraão com Deus revela que o que esta preste a acontecer pode mudar. O trecho que ouvimos é a sequência do domingo anterior. Depois da acolhida dos estrangeiros, estes seguem em viagem para Sodoma. Segundo os ensinamentos dos antigos essa cidade foi destruída devido às condutas ruins de seus moradores. Esta foi a explicação que os povos antigos encontraram para justificar tal destruição. Contudo, o texto hoje narra a transição da mentalidade de um Deus que castiga para um Deus misericordioso, que ouve as suplicas por meio da oração. A grande questão é, se o justo merece o mesmo destino do pecador. Para a mentalidade da época, todos os membros da comunidade deveriam ser solidários no bem, pois o mal poderia fazer com que todos sofressem castigos. Uma oração com humildade e sem temor faz descobrir um Deus que vem até nós e muda até mesmo sua ação.
Este Deus que se revela em Jesus Cristo nos ensina uma oração sem medo e com muita humildade. Lembremos que o relato de hoje está ainda na segunda parte do Evangelho de São Lucas, isto é, no caminho para Jerusalém. Esta caminhada até chegar ao destino final é repleta de ensinamentos, seja para o povo seja para os discípulos. No trecho de hoje não é Jesus que toma a iniciativa, mas os próprios discípulos que pede a Jesus que os ensine a rezar. Numa caminhada sentimos muita falta: pão, bebida, um teto... mas também não podemos esquecer do nosso interior e naquele momento de caminhada a falta de um jeito melhor de rezar se fez sentir pelos discípulos e, por isso, Jesus atente o seu pedido e os ensina a rezar.
Tanto o evangelista Mateus como São Lucas traz essa oração pedida pelos discípulos, diferente do primeiro, Lucas é mais breve nas palavras, porém, em todo o Evangelho é o mais que coloca Jesus numa atitude orante e talvez por este motivo, os discípulos queiram rezar do mesmo jeito. O mais importante é perceber que Jesus não está oferecendo uma formula fixa, mas sim um modo de orar. Este modo traz muita intimidade e ausência do medo, pois chama Deus de Pai, trazer o Reino para perto de nós, perdoar os nossos pecados e nós da mesma forma com os que nos ofende e nos livrar da tentação.
Duas pequenas parábolas segue o relato de São Lucas, a do amigo importuno, ou seja, se os homens são capazes de escutar os apelos de um amigo importuno, ainda mais Deus se nos dirigirmos a Ele; a segunda, convida a confiança em Deus. Ele nos conhece bem e sabe as nossas necessidades. Ele sempre estará conosco.
Portanto, não sei que espaço a oração ocupa em sua vida e nem sei como é sua oração, apenas convido a fazer do mesmo jeito que Cristo nos ensinou, com intimidade e sem medo. Como nos recorda Paulo na Carta aos Colossenses fomos ressuscitados pela fé em Jesus Cristo. Que Ele nos inspire a sermos homens e mulheres de oração.
Fonte: Frei Pedro Júnior Freitas, OFM