4º DOMINGO DA QUARESMA, ANO B: O amor comoveu a Deus

Acompanhe a reflexão de Frei Pedro Júnior para este quarto domingo da quaresma, onde a partir da liturgia da Palavra o mesmo destaca com insistência a mensagem dominical: Deus muito nos ama, e amar é olhar com miseri-cor-dia

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10.03.2024 05:22:45 | 2 minutos de leitura

4º DOMINGO DA QUARESMA, ANO B: O amor comoveu a Deus

       No Domingo passado viu-se a força que a casa de Deus exerce em Jesus: “o zelo por tua casa me consome” (Sl 69, 10). Jesus queria que tanto o templo de pedra como o coração fosse respeitado e não fazer deles um lugar impuro. Por falar em coração, a imagem que as leituras nos oferece é de um Deus misericordioso, ou seja, um Deus que torna o Seu coração visível para todos nós. Talvez seja isso misericórdia: a revelação do coração de Deus. Até então tínhamos a ideia do Deus dos exércitos, o todo poderoso, agora um Deus que revela seu amor a toda humanidade. O mais incrível é que esse acontecimento é concretizado por sua própria iniciativa, pois não foi o pecado que comoveu Deus e sim o amor. Por isso, este também é chamado de o domingo da alegria.

       A primeira leitura, claramente mostra que todo o povo multiplicou sua infidelidade, abandonaram os preceitos e, consequentemente, Deus. Já não escutavam mais os profetas e todos aqueles que falavam em nome Dele. Como a vida não é mera coincidência e sim consequências de nossas decisões, o pior aconteceu, o templo incendiado e o povo exilado. A partir daí o povo sente saudade de Deus e se sentem abandonado por Ele. O afastamento de Deus adquire, pois, um valor pedagógico: Ele, é bom gratuitamente e não ama porque encontra em nós o mesmo, por isso, jamais nos abandonará. Passado o tempo oportuno Deus se utiliza de um pagão para a volta do povo as suas terras e para reconstruir o templo. 

       Paulo na carta aos Efésios intensifica o amor de Deus por todos nós. Não restringe em dizer que Deus é misericordioso, acrescenta um adjetivo, a saber, rico em misericórdia. Não se trata de riqueza passageira, ele distribui e quanto mais dá, mais tem. Essa é uma riqueza imensurável. O motivo de tanta misericórdia não foi o nosso pecado, mas a nossa possibilidade de recomeçar, foi a graça de Deus tão presente em nós. É verdade que nascemos com o pecado original, bem como a graça de ser amado. Aqui não se trata de alguns salvos, mas todos nós. Basta que a nossa escolha seja Cristo.

       Por falar em escolha, Nicodemos que era um dos lideres dos fariseus, resolveu pela segunda vez dialogar com Jesus. Aqui não se vê a infrutífera vaidade de um derrotar o outro em palavras, mas de descobrir juntos a verdade. Esta verdade se encontra na forma mais escandalosa para um judeu como Nicodemos: Jesus afirma que assim como Moisés levantou a serpente no deserto, o Filho do Homem também será (Jo 3, 14), ou seja, a morte de cruz é escândalo para uns e loucura para outros, mas para nós cristãos, sabedoria de Deus. Não por causa da dor, e sim pelo amor incondicional. Agora, podemos nos perguntar, porque tanto amor se nós homens e mulheres O respondemos com o pecado? Como foi dito antes o amor de Deus não exige que o amemos, mas que pelo menos, esteja com o coração disposto a amá-Lo. Mais vale lembrar, que amor não se mede e não se questiona. Amor se vive mesmo que não saibamos explicar. Quem disse que se precisa uma explicação quando um olhar é suficiente para dizer e constatar o que nenhuma palavra pode explicar?

       Portanto, amor talvez seja isso: um olhar acompanhado de miseri-cor-dia.

Fonte: Frei Pedro Júnior, OFM
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