A Virgem dos Pobres e Frei Pascoal: Uma história de Amor e Devoção
22.10.2023 11:19:23 | 8 minutos de leitura

São Francisco foi um homem que, a seu modo, nutriu uma especial devoção a Nossa Senhora, que ele exaltou na belíssima saudação chamando-a de “Virgem feita Igreja”. De fato, todas virtudes dadas a Igreja de Cristo, cabem muito bem a pessoa de Maria. Igualmente, Santo Antônio, São Bernardino de Sena, o Bem-aventurado Duns Scotus e outros filhos diletos do pobrezinho de Assis seguiram seu exemplo e difundiram no coração da Ordem dos Menores um amor inexprimível a mãe de Jesus. Hoje, é extremamente necessário que mantenhamos vivo todo esse legado devocional deixado pelos nossos santos irmãos de hábito.
Mais próximo de nós, no frio do Planalto da Borborema, um frade aquecia o coração do povo com a devoção a Virgem Maria. Frei Pascoal foi um missionário alemão que chegou ao Brasil em idos de 1926, a bordo do navio “Gelvia”. Tendo nascido em 4 de agosto de 1895, em Kirn (Alemanha), recebeu o nome de batismo Jacob Michael Becker, segundo filho do casal Joanham e Katherine Becker. Desde tenra idade, sempre muito dedicado aos estudos, frequentou a Escola Infantil das Freiras Franciscanas de Oberstein, cidade onde residiu durante parte de sua infância. De volta a Kirn deu continuidade a seus estudos ginasiais no período noturno. Interessou-se por ajudar no sustento de seus familiares trabalhando com seu pai na produção de correntes para relógios. Foi membro assíduo da Congregação Mariana e em 1911, em Treves (Alemanha), representou a sua cidade no 1o Congresso Mundial Mariano. Inicia sua vida religiosa na Congregação da Sagrada Família, no ano 1912. Durante a 1a Guerra Mundial serviu ao Exército Alemão na Infantaria 98 como soldado da Cruz Vermelha, auxiliar de médico e ainda como “Oboist-Músico” do Regimento.
Em 1925, deixa a Congregação da qual pertencia e ingressa na Ordem dos Frades Menores. Fez seu noviciado em Rodeio-SC, recebendo o santo hábito e nome religioso de Pascoal. Ordenado sacerdote em 6 de outubro de 1929, trabalhou incansavelmente como missionário na Bahia, Rio Grande do Norte, Sergipe, Alagoas, Ceará, Pernambuco e Paraíba. Vale ressaltar que foi na Paraíba que desenvolveu a maior parte do seu apostolado.
Frei Pascoal chega a Ipuarana em 1944, durante a construção do Seminário Seráfico, com a incumbência de angariar fundos para o sustento deste grande empreendimento vocacional. Percorreu inúmeras cidades: Campina Grande, Monteiro, Santa Luzia, Pocinhos, São João do Rio do Peixe, Puxinanã e entre outras. Esmolava a bordo do velho caminhão do Convento e sua carroceria retornava repleta de mantimentos, e algumas vezes de jovens candidatos à vida franciscana.
Em umas de suas férias na Alemanha, em 1957, Frei Pascoal visita o Santuário de Banneux e ganha de presente, do Reitor, uma imagem da Virgem dos Pobres, de 1,65m que conduzida ao Brasil, permaneceu no Convento do Recife onde ficou guardada, sendo trazida por Frei Pascoal para o Colégio Seráfico de Lagoa Seca, onde foi recebida com grande festa e solenidade pela Fraternidade local e pelos alunos. A imagem permaneceu algum tempo na sacristia do Convento e Frei Pascoal fotografava-a, imprimia e escrevia orações no verso das fotos para distribuir aos fiéis. Mal sabia ele, que aquela era a semente de uma devoção que se difundiria por todo o Nordeste. Até que decidiu-se construir um local adequado para veneração. Deu-se início então a operosa construção do Monumento que foi fruto das esmolas adquiridas pelas andanças de Frei Pascoal. O responsável pela construção foi Frei Caetano e teve como pedreiro o Sr. João Anacleto. No dia 19 de outubro de 1958 a Santíssima Virgem dos Pobres foi enfim solenemente entronizada no Monumento na entrada do Convento de Ipuarana. Houve uma belíssima celebração presidida por Frei Artur Reckers e pregada pelo próprio Frei Pascoal com a participação de centenas de fiéis.
Um fatídico acontecimento em 1977 entristeceu a Frei Pascoal e toda a comunidade franciscana de Ipuarana, um vândalo destruiu as mãos da imagem e roubou o dinheiro do cofre destinado aos pobres. A partir desse episódio foram instaladas grades de proteção no Monumento.
Mesmo na sua velhice, Frei Pascoal continuou a percorrer as ruas comerciais de Campina Grande, e além de solicitar ajuda dos mais favorecidos para os seus pobres, conseguiu ganhar o respeito e admiração de todos, por seu jeito simples, silencioso, mas eloquente. Sua passagem por Ipuarana foi tão profunda que Dom Adriano Hipólito OFM, bispo e ex-professor do Seminário Seráfico, o cognominou de “o esmoler viciado de Ipuarana”. Apesar de ter uma importância extraordinária, grande parte da literatura já produzida sobre Ipuarana calou-se ante a história daquele que foi o principal mantenedor das obras missionárias e do Colégio. Aos treze dias de junho de 1983, em meio aos festejos de Santo Antônio, como já havia predito, entrega sua alma ao Senhor, pelas mãos de Nossa Senhora, a quem ele tanto amou e imitou nesta terra, e ao lado d’Ela pôde entoar o seu canto no coro celeste: “Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias.”
Lagoa Seca não foi a única a receber a imagem da Virgem dos Pobres. Em um relatório enviado ao Santuário de Banneux, Frei Pascoal registrou a inauguração e benção de imagens nas localidades de Parelhas/RN (1964), Trapiá-Quintas/RN (1965), Jenipapo/PB (1966), Ingá/PB (1968), Serra Redonda/PB (1967), São Cristóvão/SE (1967), São Paulo do Potengi/RN (1967), Sítio Maracujá-Parelhas/RN (1970), João Pessoa (1970, 1971 e 1972), São Vicente do Seridó/PB (1972), São João do Rio do Peixe/PB (1973), além desta foram levadas imagens da Virgem dos Pobres para Triunfo/PE, Ipojuca/PE, Olinda/PE, Campina Grande/PB, e outras cidades.
Com o tema “A Virgem Maria nos ensina a saciar a fome dos pobres”, a Fraternidade de Ipuarana celebrou mais uma vez a Festa em honra a Virgem dos Pobres, que neste ano teve como motivação principal a comemoração de três jubileus de suma importância e que destacam a presença franciscana naquela região: 65 anos da Ereção do Monumento, 40 anos da morte de Frei Pascoal Becker, além dos 90 anos das aparições da Virgem em Banneux.
Celebrar tais eventos é trazer presente aos nossos dias aqueles irmãos que nos precederam no caminho, fazendo memória de seus feitos, sendo uma maneira eficaz de perpetuar o carisma Franciscano através da devoção à Virgem dos Pobres no sertão da Paraíba.
Imbuídos de todo esse contexto histórico, a celebração do Tríduo se deu por completa no próprio monumento. No primeiro dia (12/10), houve uma solene procissão com a imagem de Nossa Senhora Aparecida até o monumento, seguida de Missa com Padre Aparecido, Pároco de Lagoa Seca. Nos dias seguintes, aconteceu a reza do Santo Terço e Missas muito bem participadas pela comunidade local e por caravanas de outras cidades da região. No dia 15, Festa da Virgem dos Pobres, houve Missa Solene às 07h00 na Igreja Conventual. Durante toda a manhã, os frades noviços estiveram acolhendo os devotos que acorriam ao Monumento da Virgem, partilhando de seus pedidos, orações e agradecimentos a graças alcançadas. O tríduo foi encerrado com uma bela procissão saindo da Igreja até o Monumento, percorrendo algumas ruas do morro adjacente ao Convento Ipuarana. A Missa Solene foi celebrada por Frei Sérgio Moura, OFM, e concelebrada por Frei Ronaldo César e Padre Miguel. Por fim, Padre Zé Vanildo alegrou os devotos com um animado show católico encerrando assim as festividades de 2023.
Este ano, foi preparada uma novidade que proporcionou a aqueles que participavam dos festejos, adentrar na história da devoção à Virgem dos Pobres e de como ela chegou no Nordeste do Brasil. Uma exposição foi montada ao lado do oratório, que contou detalhadamente sobre as aparições em Banneux, a vida e missão de Frei Pascoal e a devoção da Virgem dos Pobres em Lagoa Seca. Foram expostos ex-votos que são deixados pelos devotos em agradecimento por inúmeras graças alcançadas, objetos que pertenceram a Frei Pascoal- alvas, casula, livros de missa, material cinematográfico, além de um acervo fotográfico mostrando o idealizador do monumento e os desdobramentos da devoção, desde a inauguração até os dias atuais.
Por fim, construímos essa narrativa a partir de pesquisas sobre uma devoção, que nos levou a evidenciar a figura de um irmão que até então estava sublimada, deixando translúcido que celebrar é fazer memória, e que a memória é crucial para a construção da nossa identidade de irmãos menores. Sem uma identidade pautada nos valores evangélicos não podemos ser um testemunho ao mundo. Sem dúvida, o cultivo das devoções e tradições não só edificam a nossa espiritualidade pessoal, como despertam o interesse do bom povo que convive conosco.
São Francisco foi um homem que, a seu modo, nutriu uma especial devoção a Nossa Senhora, que ele exaltou na belíssima saudação chamando-a de “Virgem feita Igreja”. De fato, todas virtudes dadas a Igreja de Cristo, cabem muito bem a pessoa de Maria. Igualmente, Santo Antônio, São Bernardino de Sena, o Bem-aventurado Duns Scotus e outros filhos diletos do pobrezinho de Assis seguiram seu exemplo e difundiram no coração da Ordem dos Menores um amor inexprimível a mãe de Jesus. Hoje, é extremamente necessário que mantenhamos vivo todo esse legado devocional deixado pelos nossos santos irmãos de hábito.
Mais próximo de nós, no frio do Planalto da Borborema, um frade aquecia o coração do povo com a devoção a Virgem Maria. Frei Pascoal foi um missionário alemão que chegou ao Brasil em idos de 1926, a bordo do navio “Gelvia”. Tendo nascido em 4 de agosto de 1895, em Kirn (Alemanha), recebeu o nome de batismo Jacob Michael Becker, segundo filho do casal Joanham e Katherine Becker. Desde tenra idade, sempre muito dedicado aos estudos, frequentou a Escola Infantil das Freiras Franciscanas de Oberstein, cidade onde residiu durante parte de sua infância. De volta a Kirn deu continuidade a seus estudos ginasiais no período noturno. Interessou-se por ajudar no sustento de seus familiares trabalhando com seu pai na produção de correntes para relógios. Foi membro assíduo da Congregação Mariana e em 1911, em Treves (Alemanha), representou a sua cidade no 1o Congresso Mundial Mariano. Inicia sua vida religiosa na Congregação da Sagrada Família, no ano 1912. Durante a 1a Guerra Mundial serviu ao Exército Alemão na Infantaria 98 como soldado da Cruz Vermelha, auxiliar de médico e ainda como “Oboist-Músico” do Regimento.
Em 1925, deixa a Congregação da qual pertencia e ingressa na Ordem dos Frades Menores. Fez seu noviciado em Rodeio-SC, recebendo o santo hábito e nome religioso de Pascoal. Ordenado sacerdote em 6 de outubro de 1929, trabalhou incansavelmente como missionário na Bahia, Rio Grande do Norte, Sergipe, Alagoas, Ceará, Pernambuco e Paraíba. Vale ressaltar que foi na Paraíba que desenvolveu a maior parte do seu apostolado.
Frei Pascoal chega a Ipuarana em 1944, durante a construção do Seminário Seráfico, com a incumbência de angariar fundos para o sustento deste grande empreendimento vocacional. Percorreu inúmeras cidades: Campina Grande, Monteiro, Santa Luzia, Pocinhos, São João do Rio do Peixe, Puxinanã e entre outras. Esmolava a bordo do velho caminhão do Convento e sua carroceria retornava repleta de mantimentos, e algumas vezes de jovens candidatos à vida franciscana.
Em umas de suas férias na Alemanha, em 1957, Frei Pascoal visita o Santuário de Banneux e ganha de presente, do Reitor, uma imagem da Virgem dos Pobres, de 1,65m que conduzida ao Brasil, permaneceu no Convento do Recife onde ficou guardada, sendo trazida por Frei Pascoal para o Colégio Seráfico de Lagoa Seca, onde foi recebida com grande festa e solenidade pela Fraternidade local e pelos alunos. A imagem permaneceu algum tempo na sacristia do Convento e Frei Pascoal fotografava-a, imprimia e escrevia orações no verso das fotos para distribuir aos fiéis. Mal sabia ele, que aquela era a semente de uma devoção que se difundiria por todo o Nordeste. Até que decidiu-se construir um local adequado para veneração. Deu-se início então a operosa construção do Monumento que foi fruto das esmolas adquiridas pelas andanças de Frei Pascoal. O responsável pela construção foi Frei Caetano e teve como pedreiro o Sr. João Anacleto. No dia 19 de outubro de 1958 a Santíssima Virgem dos Pobres foi enfim solenemente entronizada no Monumento na entrada do Convento de Ipuarana. Houve uma belíssima celebração presidida por Frei Artur Reckers e pregada pelo próprio Frei Pascoal com a participação de centenas de fiéis.
Um fatídico acontecimento em 1977 entristeceu a Frei Pascoal e toda a comunidade franciscana de Ipuarana, um vândalo destruiu as mãos da imagem e roubou o dinheiro do cofre destinado aos pobres. A partir desse episódio foram instaladas grades de proteção no Monumento.
Mesmo na sua velhice, Frei Pascoal continuou a percorrer as ruas comerciais de Campina Grande, e além de solicitar ajuda dos mais favorecidos para os seus pobres, conseguiu ganhar o respeito e admiração de todos, por seu jeito simples, silencioso, mas eloquente. Sua passagem por Ipuarana foi tão profunda que Dom Adriano Hipólito OFM, bispo e ex-professor do Seminário Seráfico, o cognominou de “o esmoler viciado de Ipuarana”. Apesar de ter uma importância extraordinária, grande parte da literatura já produzida sobre Ipuarana calou-se ante a história daquele que foi o principal mantenedor das obras missionárias e do Colégio. Aos treze dias de junho de 1983, em meio aos festejos de Santo Antônio, como já havia predito, entrega sua alma ao Senhor, pelas mãos de Nossa Senhora, a quem ele tanto amou e imitou nesta terra, e ao lado d’Ela pôde entoar o seu canto no coro celeste: “Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias.”
Lagoa Seca não foi a única a receber a imagem da Virgem dos Pobres. Em um relatório enviado ao Santuário de Banneux, Frei Pascoal registrou a inauguração e benção de imagens nas localidades de Parelhas/RN (1964), Trapiá-Quintas/RN (1965), Jenipapo/PB (1966), Ingá/PB (1968), Serra Redonda/PB (1967), São Cristóvão/SE (1967), São Paulo do Potengi/RN (1967), Sítio Maracujá-Parelhas/RN (1970), João Pessoa (1970, 1971 e 1972), São Vicente do Seridó/PB (1972), São João do Rio do Peixe/PB (1973), além desta foram levadas imagens da Virgem dos Pobres para Triunfo/PE, Ipojuca/PE, Olinda/PE, Campina Grande/PB, e outras cidades.
Com o tema “A Virgem Maria nos ensina a saciar a fome dos pobres”, a Fraternidade de Ipuarana celebrou mais uma vez a Festa em honra a Virgem dos Pobres, que neste ano teve como motivação principal a comemoração de três jubileus de suma importância e que destacam a presença franciscana naquela região: 65 anos da Ereção do Monumento, 40 anos da morte de Frei Pascoal Becker, além dos 90 anos das aparições da Virgem em Banneux.
Celebrar tais eventos é trazer presente aos nossos dias aqueles irmãos que nos precederam no caminho, fazendo memória de seus feitos, sendo uma maneira eficaz de perpetuar o carisma Franciscano através da devoção à Virgem dos Pobres no sertão da Paraíba.
Imbuídos de todo esse contexto histórico, a celebração do Tríduo se deu por completa no próprio monumento. No primeiro dia (12/10), houve uma solene procissão com a imagem de Nossa Senhora Aparecida até o monumento, seguida de Missa com Padre Aparecido, Pároco de Lagoa Seca. Nos dias seguintes, aconteceu a reza do Santo Terço e Missas muito bem participadas pela comunidade local e por caravanas de outras cidades da região. No dia 15, Festa da Virgem dos Pobres, houve Missa Solene às 07h00 na Igreja Conventual. Durante toda a manhã, os frades noviços estiveram acolhendo os devotos que acorriam ao Monumento da Virgem, partilhando de seus pedidos, orações e agradecimentos a graças alcançadas. O tríduo foi encerrado com uma bela procissão saindo da Igreja até o Monumento, percorrendo algumas ruas do morro adjacente ao Convento Ipuarana. A Missa Solene foi celebrada por Frei Sérgio Moura, OFM, e concelebrada por Frei Ronaldo César e Padre Miguel. Por fim, Padre Zé Vanildo alegrou os devotos com um animado show católico encerrando assim as festividades de 2023.
Este ano, foi preparada uma novidade que proporcionou a aqueles que participavam dos festejos, adentrar na história da devoção à Virgem dos Pobres e de como ela chegou no Nordeste do Brasil. Uma exposição foi montada ao lado do oratório, que contou detalhadamente sobre as aparições em Banneux, a vida e missão de Frei Pascoal e a devoção da Virgem dos Pobres em Lagoa Seca. Foram expostos ex-votos que são deixados pelos devotos em agradecimento por inúmeras graças alcançadas, objetos que pertenceram a Frei Pascoal- alvas, casula, livros de missa, material cinematográfico, além de um acervo fotográfico mostrando o idealizador do monumento e os desdobramentos da devoção, desde a inauguração até os dias atuais.
Por fim, construímos essa narrativa a partir de pesquisas sobre uma devoção, que nos levou a evidenciar a figura de um irmão que até então estava sublimada, deixando translúcido que celebrar é fazer memória, e que a memória é crucial para a construção da nossa identidade de irmãos menores. Sem uma identidade pautada nos valores evangélicos não podemos ser um testemunho ao mundo. Sem dúvida, o cultivo das devoções e tradições não só edificam a nossa espiritualidade pessoal, como despertam o interesse do bom povo que convive conosco.