Ato Inter religioso celebra a resistência dos povos indígenas em Igarassu Pernambuco
Sem acesso a moradia e os direitos básicos como saúde e educação o povo karaxuwanassu resiste na busca de melhores conduções de vida e direto a terra na Região Metropolitana de Recife.
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13.01.2023 16:50:09 | 1 minutos de leitura

A terra que antes estava ociosa, desde o último dia 31 de dezembro de 2022 foi se tornando um espaço propicio para resistência. Em Igarassu, na Região Metropolitana do Recife, mais precisamente na Estrada do Monjope, a aldeia Marataro Kaeté conta com a união de vários povos indígenas na busca do direito pela moradia e por questões básicas como saúde e Educação. São cerca de 60 famílias que lutam pelo território ancestral.
Nos primeiros dias do ano de 2023, no dia 3 de janeiro, os povos originários presente no território foram noticiados de uma liminar para a reintegração de posse do local conseguida pela Prefeitura de Iguarassu. A justificativa dos órgãos públicos é a construção no local de 13 salas de aula, quadra poliesportiva, laboratórios de informática e ciências, e um refeitório para a entrega de quatro refeições diárias aos futuros estudantes, a partir de recursos do Fundeb.
A luta do povo karaxuwanassu continua com fidelidade a sua ancestralidade, cultura e tendo como base o que está na Constituição Federal de 88, garantindo as terras indígenas como um direito fundamental para que assim haja a sobrevivência física e cultural dos povos nativos. As várias etnias de Pernambuco, Paraíba e Venezuela, diante dos desprezos do estado buscam um maior cuidado para a dignidade de suas vidas, que acima de tudo deve ser valorizada.
Em um ato inter-religioso realizado no último dia 8 de janeiro, vários representantes religiosos estiveram presentes na Aldeia para somar e alimentar a esperança dos povos. Dom Limacedo, bispo auxiliar da Arquidiocese de Olinda e Recife falou da satisfação e ao mesmo tempo do desafio de estar neste espaço de terra, onde vários irmãos indígenas estão ocupando o chão que Deus fez e que precisa ser conquistado no diálogo para que assim todos possam sobreviver. E diante da realidade que ainda se encontra muitos indígenas o bispo auxiliar ressaltou: "Eles não podem ficar nos semáforos correndo riscos. A dignidade tem a ver com trabalho com a resistência e nós estamos aqui para resistir".
Diante da presença dos religiosos a Cacica karaxuwanassu, Kyalonan ressaltou a alegria de saber que não estão sozinhos, "Essa força é a soma que nos faz seguir em frente." frisou a indígena. A líder lembrou ainda um poema de Eliane Potiguara que frisa a natividade dos povos indígenas no Brasil "Eu sou história, eu sou cunhã, barriga brasileira, ventre sagrado, povo brasileiro."
Frei César Lindemberg, do Serviço de Justiça, Paz e Integridade da Criação participou da celebração onde os indígenas celebram o primeiro dia do ano. “Celebramos para que fossem um tempo de paz e esperança diante da triste forma onde se encontravam espalhados pelas ruas da Grande Recife aqueles povos originários. Deixei frisado em minha fala, que é preciso Esperançar diante de tantos desafios pois só assim a luta diária pode ser alimentada.” Sobre a participação de diversas entidades no encontro, o frade franciscano frisou: “É um motivo de grande alegria pois as religiões e os organismo social se unem para defender a vida e lutar por uma terra que pertence aos próprios indígenas.”

Fonte: Comunicação Provincial