Em uma celebração singela e comovente, na igreja do convento de São Francisco de Olinda, 1º do Brasil, familiares, confrades e fiéis, renderam homenagem e fizeram o translado dos restos mortais de Frei Mendelson Branco da Silva, OFM, falecido em 20 de agosto de 2021, vítima da Covid 19. Apesar da comoção e saudades, prevaleceu o clima de ação de graças pela vida do Frei “Sorriso”, como era chamado, carinhosamente, por algumas pessoas. A data escolhida foi em razão de seu aniversário de nascimento, aos 7 de novembro de 1989, tudo bem no estilo da espiritualidade franciscana da irmã morte. No cortejo de entrada, depois dos celebrantes, chamou a atenção a voz de uma senhora cantando e trazendo o hábito de Frei Mendelson, acompanhada de um senhor com a urna e uma mulher com um ramalhete de flores: Dona Sara é mãe do falecido, Seu Mastroiane o pai e Belissa a irmã. Depois da acolhida de Frei César Lindemberg, OFM, guardião do convento de Olinda, presidiu a Eucaristia Frei Amilton dos Santos, ministro Provincial da Província franciscana de Santo Antônio do Brasil, à qual pertencia Frei Mendelson, membro da fraternidade do convento de Olinda. Entre os concelebrantes estavam Frei Wilson Alves, que fez uma comovente homilia, ressaltando o testemunho de amor e fraternidade do falecido, Frei Edilson Maurício, guardião do convento franciscano do Recife, e Pe. Pedro Rubens, jesuíta, reitor da Universidade Católica de Pernambuco, onde Frei Mendelson estudava teologia.
Nos bastidores, percebemos o apoio de Frei João Pedro, do seminarista Joab e de outros colaboradores do convento. Na assembleia, os fiéis do convento de Olinda, notadamente a venerável ordem Franciscana Secular de Olinda, mas também representantes da OFS de Jaboatão, da qual Frei Mendelson fez parte; muitos seminaristas, religiosos e religiosas, alguns professores e colegas de universidade do falecido, bem como paroquianos de Salgadinho. Fomos todos envolvidos pela emoção, mas também pela esperança de que “a vida dos justos está nas mãos de Deus”, como tão bem frisado na homilia, concluída com uma prece de intercessão para que Frei Mendelson, hoje juntinho do Altíssimo e glorioso Deus, possa interceder pela Província que caminha para sua assembleia capitular. Todos estavam, sensivelmente, comovidos, do presidente da celebração aos músicos, dos confrades aos que participaram desta bela celebração.
No entanto, o clímax foi crescente, notadamente ao escutar as palavras de homenagem da mãe, Dona Sara, do guardião Frei César e, depois da benção, um pequeno rito de sepultamento dos restos mortais, ao som da oração de São Francisco cantada pelos fiéis e do violino do pai, Seu Mastroiane, enquanto a urna era colocada ao lado de tantos outros confrades, em uma ala lateral da bela igreja barroca, marcada pela simplicidade e dignidade de quem acredita em morte irmã. O local, recém reformado, a partir desta data passa a ser aberto ao público, completando o itinerário de tantas memórias desse patrimônio histórico, artístico, cultural e místico, como Frei César gosta de ressaltar, abrindo seus braços e as portas do convento a todos que desejam fazer uma experiência diferente. A celebração terminou, mas a experiência de consolo, paz e bem permanecem. Frei Mendelson vive e, incrivelmente, nos fez viver momentos de eternidade. Assim seja!