Decreto do Papa que autoriza irmãos de vocação laical serem superiores é uma volta as Origens do movimento franciscano

O tema do decreto anunciado pelo Papa Francisco no dia 18 de maio que enfatiza a igualdade entre membros ordenados e não ordenados de instituições religiosas é o tema da entrevista feito pelo Rome Reports a Dom José Rodrigues e Frei Massimo Fusarelli

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28.08.2022 08:50:28 | 2 minutos de leitura

Decreto do Papa que autoriza irmãos de vocação laical serem superiores é uma volta as Origens do movimento franciscano

       A agência de notícia especializada em cobrir o dia a dia do Vaticano, Rome Reports, apresentou no último dia 21 de agosto o resultado de uma entrevista feita com Dom José Rodríguez Carballo, que foi Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores de 2003 a 2013 e atualmente Secretário Geral da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica sobre o rescrito do cânon 588, §2, do Código de Direito Canônico, que dá a este Dicastério a faculdade de autorizar o ofício de Superior Gerais para irmãos não clérigos.

       A discussão sobre o desejo de restabelecer o sentido original da fraternidade na Ordem franciscana já cruza alguns anos e também é pauta nos Capítulos e reuniões de outros Institutos de vida Religiosa que enfrentam esta necessidade. Um sinal de esperança brotou no decreto publicado no dia 18 de maio deste ano, quando o Papa Francisco respondeu ao pedido de maior igualdade entre membros ordenados e não ordenados de instituições religiosas.

       Na matéria intitulada “Por que o Vaticano decidiu aderir ao pedido da família franciscana”, Dom José Rodrígues ressalta que  “isso vem acontecendo há muitos anos. O assunto foi retomado em comunhão com os capuchinhos e conventuais na época de Bento XVI e foi solicitado que nossas ordens fossem declaradas institutos mistos porque a ordem dos Frades Menores nasceu como uma fraternidade e não como um instituto clerical.”

       A partir de agora, nos Institutos de Vida Consagrada ou Sociedade de Vida Apostólica Clerical, quando um religioso leigo ou leigo consagrado for eleito, o seguinte processo será seguido: a nomeação de um superior local dependerá do Superior Geral com o consenso de seu Conselho e não precisará da aprovação do dicastério dos religiosos. A aprovação nessa instância só será possível quando da eleição de um Ministro Geral. 

       O Secretário Geral do Dicastério afirma também que “esta é uma novidade importante porque até agora os principais superiores tinham que ser clérigos […].” Tal mudança afeta inclusive o estilo de vida consagrada feminina nas quais, muitas delas precisam de um ministro ordenado para ser superior do instituto.

Frei Massimo Fusarelli: “Benéfico para a natureza fraterna de toda a Igreja”

       O mesmo site de notícias fez uma entrevista sobre o mesmo tema no último dia 12 de agosto com o Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores, Frei Massimo Fusarelli. O frade menor afirma que “o Papa Francisco respondeu ao desejo e pedido explícito de vários institutos religiosos, que era o de restaurar o carácter carismático à vida religiosa. Portanto, os irmãos clericais, nós padres, e os irmãos não clericais, os leigos, temos os mesmos direitos e deveres. A nossa ordem, tal como outras, teve durante séculos irmãos sacerdotes e irmãos não-ordenados a viver e trabalhar juntos, sem distinção."

       O Ministro Geral também recorda que no início da Ordem dos Frades Menores, não havia distinção entre os irmãos clérigos e os irmãos leigos. "Tivemos São Francisco. Ele não era padre. Mesmo o general depois dele, Irmão Elias. Nascemos como famílias onde, em primeiro lugar, somos todos irmãos, professando a mesma regra e é isso que nos une e que nos permite fazer tudo em fraternidade. Mas todos nós, incluindo algumas outras instituições, queríamos encontrar a característica original da vida religiosa que é uma grande parte do que somos. Este rescrito não altera o Direito Canónico, mas, em casos individuais, permite que membros não ordenados sejam nomeados como superiores locais ou superiores maiores da sua ordem religiosa."

       Frei Massimo lembra ainda que esse rescrito "ajudará a reconhecer melhor que somos realmente uma fraternidade de iguais e que temos um título comum. E o que nos une é, para nós Franciscanos, por exemplo, a profissão da regra franciscana. Este texto atrás de mim é o que nos une. Isso faz de nós Frades Menores e religiosos. Alguns de nós são chamados a servir a Igreja e o povo de Deus como sacerdotes, mas outros não. No entanto, o que nos une é o fato de sermos irmãos."

       O frade afirmou ainda que "Reconhecer que existe igualdade entre irmãos religiosos não é apenas benéfico para a vida religiosa, mas para a natureza fraterna de toda a Igreja."

Fonte: Comunicação Provincial | Rome Reports
Imagem: Frei Lorrane Clementino | Rome Reports
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