Mensagem da CNBB ao povo brasileiro: Um chamado a unidade

A “Mensagem da CNBB ao povo brasileiro”, elaborada e aprovada pela quase totalidade dos 326 bispos ativos e parte dos 157 bispos eméritos brasileiros presentes na 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), foi apresentada em coletiva de imprensa na manhã da última quinta-feira.

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28.04.2023 01:00:00 | 5 minutos de leitura

Mensagem da CNBB ao povo brasileiro: Um chamado a unidade

Nos últimos anos, a Igreja do Brasil, representada pela Conferência Nacional dos Bispos, tem buscado se pronunciar sobre temas importantes, buscando seguir o que está claro no documento conciliar Gaudium et spes: “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo”

Através de mensagens e vídeos, a Igreja busca se aproximar dos fieis convocando-os a uma reflexão sobre diversos temas. Entre estas mensagens encontramos a direcionada ao povo brasileiro que foi apresentada na manhã da última quinta-feira (27) pelo arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Pedro Scherer, durante a Coletiva de Imprensa no Centro de Eventos Pe. Vítor Coelho de Almeida, em Aparecida - SP. Segundo o Cardeal, estas mensagens “sempre possui as tonalidades do momento em que vivemos, e dessa vez não seria diferente, para que seja uma expressão do pensamento de toda a assembleia geral dirigida a todo o povo brasileiro”.

Logo no início da Mensagem um convite a unidade a partir do trecho bíblico retirado da Carta de São Paulo aos Efésios: “Ele é a nossa paz: de dois povos fez um só, em sua carne derrubando o muro da inimizade que os separava”. Os 326 bispos ativos e parte dos 157 bispos eméritos brasileiros, presentes na 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a partir da oportunidade experimentada de comunhão a através da riqueza das diversidades de cada um, lembra que “Quem nos une é Cristo e, por ele, esperançosos e comprometidos, renovamos nossa opção radical e incondicional com a defesa integral da vida que se manifesta em cada ser humano e em toda a criação”

Partindo do chamado a unidade, a mensagem vai lembrando realidades atuais que nos convida a tomar uma atitude de comunhão, como a guerra que se trava no solo ucraniano, sem contar tantas outras regiões do planeta, assim também como “os autoritarismos, as polarizações, as desinformações, as desigualdades estruturais, o racismo, os preconceitos, a corrupção, a banalização do mal e das vidas, as doenças, a drogadição, o tráfico de drogas e pessoas, o analfabetismo, as migrações forçadas, as juventudes com poucas oportunidades, as violências em todas as suas dimensões, o feminicídio, a precarização do trabalho e da renda, as agressões desmedidas à “casa comum”, aos povos originários e comunidades tradicionais, a mineração predatória, entre tantas outras, que fragilizam o tecido social e tencionam as relações humanas.”

Reconhecemos a importância da resistência histórica do movimento indígena

A mensagem lembra o descaso com a criminosa tragédia ocorrida com o povo Yanomami. O texto destaca que deve haver “uma imensa necessidade de se adotarem providências e ações concretas em defesa desses povos. Não podemos mais aceitar em nossa história o descaso com os povos originários”, tirando a imagem de uma presença apenas figurativa. Os bispos acreditam “que o julgamento da tese do marco temporal pelo Supremo Tribunal Federal, no próximo mês de junho, seja decisivo para que suas terras sejam reconhecidas como legítimas e legais”

Saudamos os trabalhadores e as trabalhadoras de nosso País

Com a proximidade do próximo dia 1º de Maio, onde é lembrado o dia do Trabalhador (a), a mensagem lembra as diversas realidade difíceis relacionadas ao tema, como a crescente informalidade das relações trabalhistas e a realidade do trabalho análogo à escravidão, a partir destes desafios os bispos lembra as palavras do Papa Francisco onde afirma que “o mundo do trabalho é prioridade humana, é prioridade cristã, a partir de Jesus trabalhador”. 

A esperança é a nossa coragem!

A partir de palavras esperançosas, a mensagem convida ao compromisso com o dever social, não podendo deixar de cobrar dos governos, legitimamente eleitos, o protagonismo que lhes foi confiado, uma opção clara e radical pela vida, desde a concepção até à morte natural, passando inevitavelmente pelos direitos sociais e humanos e a construção de um amplo projeto de reconciliação e pacificação, a partir de um diálogo franco e aberto, que possibilite superar o que nos afasta, com o objetivo de assegurar o que nos une: o país, o seu povo e a criação.

No final da mensagem, a Conferência dos Bispos, reafirma sua profunda confiança no povo brasileiro e encoraja a todos com palavras e benção: “Não tenhamos medo. A esperança é a nossa coragem! Sejamos semeadores de mudança, de solidariedade e de vida. Pelo amor do Cristo vivo e ressuscitado, por intercessão de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, invocamos a bênção de Deus sobre o povo brasileiro, suas famílias e comunidades”.
Cartas enviadas ao Santo Padre e ao Dicastério para os Bispos

Na coletiva de impressa realizada nesta quinta, o cardeal Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro (RJ) apresentou a carta do episcopado brasileiro ao Papa Francisco, onde manifesta as permanentes orações por ele e conta um pouco da caminhada da Igreja e da assembleia geral. O arcebispo de Brasília (DF), cardeal Paulo Cezar Costa, falou sobre as duas cartas destinada ao Dicastério para os Bispos, do Vaticano. A primeira, dirigida ao cardeal Marc Ouellet, com um tom de agradecimento pelo trabalho que desenvolveu desde 2013. O documento agradece o prelado “pela acolhida em clima de fraternidade ao episcopado brasileiro durante a visita ad limina, pelo simpósio que promoveu sobre a teologia fundamental do sacerdócio, que resultará em uma publicação a ser lançada pela Edições CNBB com a presença dele durante o lançamento no Brasil. E a segunda carta, dirigida a dom Robert Francis, informou o cardeal Paulo Cezar, atual prefeito, iniciou  saudando-o por sua nomeação, pelo tempo pascal no qual Jesus Cristo transmite a todos a mensagem de esperança.

LEIA A MENSAGEM NA ÍNTEGRA

Fonte: CNBB | Comunicação da Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil
Imagem: Thiago Leon
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