Na abertura do Capítulo Provincial, Dom Dulcêncio convida os frades a se configurarem ao crucificado

O encontro que celebra a fraternidade franciscana deu início ainda na noite desta segunda-feira (8) com acolhida dos frades vindos das diversas fraternidades da Província e segue até o próximo dia 18 de janeiro.

              Desde o último domingo (7), os frades das diversas fraternidades da Província, foram chegando ao Convento Santo Antônio no Sítio Ipuarana na cidade de Lagoa Seca na Paraíba. A vinda dos religiosos se prolongou pela segunda, onde os corredores do Convento franciscano retomavam o clima festivo das primícias da Ordem com a alegria dos encontros e reencontros dos irmãos. Caminhando de dois a dois pelos longos espaços conventuais, os abraços, o cuidado com os idosos e ainda o recreio festivo celebrado como acolhida de todos facilmente se podia fazer memória do que narra as fontes sobre os Capítulos de Pentecostes, que eram marcados pela partilha dos alimentos e conversas sobre a regra. 

              Sendo fiel ao carisma originário, os momentos festivos iniciais deram ainda seguimento com a Celebração Eucarística, votiva ao Espírito Santo, presidida pelo bispo diocesano de Campina Grande, Dom Dulcênio Fontes de Matos na Igreja Conventual. Os frades presentes na celebração foram convidados a no início dos trabalhos capitulares invocarem a presença daquele que é o Ministro Geral da Ordem. 

              Após a liturgia da Palavra, seguindo os textos do tempo Comum, Dom Dulcênio dirigiu umas palavras aos capitulares e convidados. De início, saudando como São Francisco fazia, desejou que os próximos dias sejam pautados pela Paz e seguiu sua homilia apontando os irmãos da penitência, como preferiu chamar, a seguir o exemplo de Ana narrado no Livro de Samuel, que confiante se entrega à oração e lembrou: “Meus irmãos, só se pede, e a quem pede, por saber que se pode receber”, convidando, os presentes a oração confiante nestes dias de reflexões e decisões.

              Refletindo sobre o texto do Evangelho, o bispo chamou atenção para o tema da autoridade, lembrando o perigo do autoritarismo, “E como temos autoritarismo em nosso meio, filhos de Francisco? Falar como quem tem autoridade é motivo de humildade e de serviço, temos assim a figura do Ministro provincial que são os primeiros a serem sinal de serviço. A autoridade de Jesus, provoca reações nos espíritos impuros que representava as pessoas acomodadas com o sistema vigente e que tinham um tom de superioridade diante de outros povos e através de sua boa nova anunciava o Reino de Deus que abrangia a todos e é universal ", frisou o presidente.

              Ao falar sobre o Capítulo, o bispo diocesano recordou que este é uma instância privilegiada de buscar, de forma fraterna e coletiva respostas para superar os desafios provindos da vida e da missão da Província no atual momento histórico e trazendo o tema e subtema escolhido Dom Dulcênio frisou que a reflexão escolhida gira em torno das Diretrizes da Ordem e dos Centenários franciscanos celebrado nestes anos e disse a todos, “Lembrem: tornar-se-ão verdadeiros filhos de Francisco e homens configurados ao Crucificado (que falou em São Damião), se forem capazes de reunir em si os três pontos, por mim, falados anteriormente: Identidade renovada como frade menor, Eclesialidade sinodal e Missão evangelizadora” e pediu a Deus que conduza os trabalhos capitulares, bem como a Virgem Imaculada dos Menores, pelos cuidados de São Francisco (Pai Seráfico e patrono desta Ordem) para que os frades sejam felizes e encontrem respostas para viverem como frades em movimento e perseverantes!

              Após a Benção final, os frades se dirigiram em procissão para a Sala Capitular entoando cantos do Espírito Santo de dois a dois, guiados pela luz do Círio Pascal, e ao chegarem ao Auditório central foram motivados pelo bispo a viverem estes dias em Paz.

              Depois do café, com a volta ao Auditório, Frei Flávio Guerra visitador Geral lembrou a importância de nestes dias ser invocado incessantemente Espírito Santo para que assim possamos viver a Sinodalidade na escuta e no diálogo fraterno diante das reflexões e discussões. Em seguida, foi realizada leitura da programação, do regimento e apresentado alguns serviços que colaboraram com o bom desempenho do cronograma capitular.