Rezemos pela paz na Terra Santa

A mensagem da Ordem dos Frades Menores diante dos últimos casos de violência ocorrido em Israel e Palestina

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09.10.2023 15:40:51 | 2 minutos de leitura

Rezemos pela paz na Terra Santa

        A Ordem dos Frades Menores está presente nos Lugares Santos há oito séculos e preserva, juntamente com os santuários, também a ligação com os povos que habitam aquela terra.

        A atual situação de violência e de guerra amarga-nos profundamente, preocupa-nos com o destino dos povos que ali vivem e intensifica a nossa oração de intercessão pela paz.

        Os Frades Menores presentes na Custódia da Terra Santa, juntamente com o Custódio Frei Francesco Patton, que está em contato com o Frei Massimo Fusarelli, Ministro Geral, estão bem e permanecem no local ao lado do povo, continuando a rezar pela paz e a semeá-la com gestos concretos.

        Sintamos todos, como Ordem e como Família Franciscana, a nossa proximidade, esperando que voltemos a visitar os lugares santos muito em breve.

        Deste modo, poderemos exprimir a comunhão e a pertença aos cristãos daquela terra e aos povos que a habitam.

Rezemos com o Salmo 122, 6-9:

Pedi paz para Jerusalém:
que aqueles que vos amam vivam em segurança;
A paz esteja em seus muros,
a segurança em seus palácios.
Para meus irmãos e amigos direi:
"A paz esteja convosco!"
Pela casa do Senhor nosso Deus,
pedirei o bem para vós.

Patton: penso na pequena comunidade cristã em Gaza

"Depois que as quatro sirenes de alarme soaram domingo de manhã, a situação em Jerusalém está completamente calma. Uma calma angustiante. A cidade está meio vazia, como na época do confinamento. A cidade velha está deserta. No domingo à noite, saímos brevemente e percorremos o bairro cristão com o padre Faltas sem encontrar ninguém. Em toda parte, parece haver medo do que ainda pode acontecer." Foi o que disse o custódio da Terra Santa, pe. Francesco Patton, que está em Jerusalém há 8 anos. “Nós, frades, como a maioria da população civil árabe e israelense, permanecemos em casa, tentando entender através dos sites de informação e das mensagens de quem mora nos vários lugares o que está acontecendo no resto do país”.

Sobre o que o custódio pensa sobre o que aconteceu nas últimas horas, o mesmo falou: Confesso que ainda é muito difícil agora expressar um pensamento completo sobre o que aconteceu, mas sobretudo sobre o que ainda pode acontecer. Só posso alinhar algumas observações dispersas. Entretanto, eu diria que a dinâmica do ataque deixou todos surpresos e perplexos. As próprias forças armadas israelenses foram pegas de surpresa e não conseguiram prever e conter tal ataque interno. E isso é uma novidade absoluta. No entanto, não me arrisco a fazer previsões sobre como a situação poderá evoluir nas próximas horas e nos próximos dias. Haverá operações militares para recuperar o controle do território onde os milicianos do Hamas e da Jihad Islâmica se infiltraram e certamente também uma ação militar direta contra a Faixa de Gaza. É desconcertante o que aconteceu com a captura e segregação em Gaza de um número tão grande de reféns militares e civis, alguns até estrangeiros que provavelmente serão usados ​​como “mercadoria de troca”. E digo-lhe francamente que a minha preocupação agora vai numa direção diferente das considerações estratégicas e políticas. Penso e rezo incessantemente com os meus frades pelo terrível número de vítimas ocorridas nestes dois dias. A maioria são vítimas civis. Pelas fotos dos próprios soldados israelenses publicadas nos sites, se vê que muitos deles são muito jovens. Rezo também pelos muitos reféns que agora estão presos em Gaza. Entre eles também idosos, mulheres e crianças. Rezo pelos meus irmãos na fé desta terra. A minoria cristã da Terra Santa corre novamente o risco de ser comprimida por um conflito no qual não participa. Para os cristãos árabes desta terra, a aspiração legítima de criar aqui um Estado da Palestina nunca se traduz em ações violentas ou abusivas. O meu pensamento dirige-se em particular à pequena comunidade cristã de Gaza, que corre o risco de se extinguir.

Pizzaballa: temo uma guerra muito longa, vamos trabalhar por uma trégua

Condenação da violência em todas as suas formas, a necessidade de trabalhar para um cessar-fogo e, acima de tudo, garantir que as armas sejam silenciadas para que "outras vozes possam ser ouvidas". O cardeal Pierbattista Pizzaballa, Patriarca Latino de Jerusalém, está triste, mas não totalmente surpreso com o horror que está ocorrendo em Israel e em Gaza, pois ele mesmo já havia previsto há muito tempo uma escalada de tensão, embora não a esse ponto. O cardeal recém-nomeado, que retornou a Jerusalém ontem (09 de outubro), teme que a guerra seja muito longa, pelo menos até que a questão palestina seja resolvida.

Sobre a comunidade cristã de Gaza, o cardeal disse: "Sim, todos estão bem. Algumas famílias tiveram suas casas destruídas, mas estão seguras. Todos estão reunidos nas instalações da paróquia e da nossa escola, até que não sejam alvos. É claro que eles estão sob grande pressão. Eles têm reservas de alimentos por algum tempo, mas se a situação de cerco continuar, será um problema. Por enquanto, estamos felizes em saber que todos estão bem e estão reunidos nas instalações da paróquia." 

Em um recado a comunidade internacional Pizzaballa falou: "A comunidade internacional deve começar a olhar novamente para o Oriente Médio e para a questão israelense-palestina com mais atenção do que tem demonstrado até agora. E deve trabalhar arduamente para acalmar a situação, para levar as partes à razoabilidade por meio de mediações que não sejam necessariamente públicas, porque deste modo não funcionarão. Precisamos de apoio para condenar todas as formas de violência, para isolar os violentos e para trabalhar incansavelmente por um cessar-fogo. Porque, enquanto as armas falarem, não será possível ouvir outras vozes."

Fonte: ofm.org | Roberto Cetera
Imagem: Religiosos franciscanos da Custódia da Terra Santa | Vatican News
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