SEGUNDO DOMINGO DO ADVENTO: É preciso uma mudança da nossa mentalidade

Acompanhe a reflexão de Frei Pedro Júnior sobre o Primeiro Domingo do Advento do Ano A, onde a partir do exemplo de João Batista somos convidados a tomar a decisão de mudar de vida para acolher o Salvador.

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03.12.2022 15:16:25 | 1 minutos de leitura

SEGUNDO DOMINGO DO ADVENTO: É preciso uma mudança da nossa mentalidade

“Da cepa brotou a rama, da rama brotou a flor, da flor nasceu Maria de Maria, o Salvador”

        Neste segundo Domingo do Advento somos convidados a escutar a voz do maior dos profetas, segundo Jesus, João Batista. Ele dedicou sua pregação em alertar as pessoas quanto a mudança de mentalidade (Metanoia). Ele representa uma figura mais comum para sua época e “ultrapassado” para o nosso tempo. Digo isso, pois valorizamos o consumo, a boa roupa ou ainda um certo status. João Batista prefere a roupa simples, o despojamento e o serviço para que outrem cresça. 

        O profeta além de ser um porta voz de Deus que anuncia e denuncia a injustiça, ele é também um sonhador. Não digo isso apenas de João Batista, mais uma característica comum em todos os profetas. Mesmo diante das destruições, guerras, conflitos internos, sofrimento dos mais fracos, são homens que não se deixam abalar, preferindo permanecer acreditando e sonhando. Isaias, por exemplo, depositava grande esperança no futuro rei. Com ele, os pobres, os mais fracos terão vez e participarão no mesmo nível de igualdade. Ezequias era o próximo rei e homem de confiança do profeta. Realmente, no reino de Judá, foi um dos melhores reis. Mas o poema que Isaias escreve, mostrando sua confiança, vai além. Isaias fala de uma dinastia vinda de Davi, filho de Jessé. Dele nascerá um broto novo que será animado e conduzido pelo Espírito de Deus. O mesmo Espírito que ordenou o universo na criação, que inspirou profetas e reis. Esse Espírito confere a esse enviado os dons de seus antepassados: sabedoria e inteligência de Salomão, espírito de conselho e de fortaleza como Davi, espírito de conhecimento e de temor de Deus como os patriarcas e profetas.

        É, justamente nessa confiança em Deus, nessa ação do Espírito Santo que prefiro continuar sonhando, acreditando, mesmo em dias de pouca confiança que vivemos politicamente e socialmente falando. Por sermos cristãos devemos ser homens e mulheres da esperança e do sonho. Temos que nos dá este direito, pois é justamente nessa abertura que o espírito de Deus faz acontecer. Na segunda leitura, Paulo salienta que a Sagrada Escritura é a fonte da esperança da qual jamais podemos perder. Nela está a instrução necessária para mudarmos de atitude, mudarmos de ideia e nos voltarmos ao bem que a vida proporciona. 

        Sem dúvidas o maior dos profetas que alertou quanto a essa mudança de atitude foi João Batista. Como disse acima ele é uma figura não tão comum e foge às características antes e hoje pensada de um homem de Deus. Parecia em nossos dias mais um louco. Seu lugar de atuação, o deserto (lugar de privação, mas também de encontro com Deus) e não o Templo; usa uma veste de pele de camelo e não de roupas finas dos sacerdotes da capital; sua alimentação, gafanhoto e mel silvestre, diferente das mesas finas. João Batista em seu próprio jeito já nos questiona. Questiona o nosso jeito de viver, voltados para as coisas materiais, e pede uma conversão e volta para o essencial.

        Portanto, não é possível acolher aquele que vem se o nosso coração estiver cheio de egoísmo, de orgulho, de autossuficiência, de preocupação com os bens materiais. É preciso uma mudança da nossa mentalidade, dos nossos valores, comportamentos e das nossas atitudes. Estou disposto a esta mudança? O que deve mudar em minha vida?


Fonte: Frei Pedro Júnior, OFM
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